terça-feira, 30 de novembro de 2010

jovens dos anos 90

Os anos 90 começaram com instabilidade, com o confisco de poupanças do presidente Fernando Collor. Os negócios escusos de Collor mais tarde levariam milhares de jovens (mobilizados por uma forte campanha de mídia) a criarem o movimento "Caras Pintadas" e pedirem seu impeachment.
No governo seguinte (Itamar Franco), o país experimentou estabilidade econômica e crescimento com o Plano Real (1994), que igualava a paridade da moeda e do dólar por meio de uma banda cambial. O Ministro da Fazenda que implementou o Real, Fernando Henrique Cardoso, se elegeria presidente por duas vezes seguidas naquela década, ganhando sua reeleição após mudar a Constituição. O sistema de bandas cambiais mostrou fragilidades ao fim da década, tendo impactos no aumento da pobreza.[1] Com as reservas cambiais comprometidas, a moeda tornou-se flutuante em janeiro de 1999, após não suportar as pressões especulativas junto à crise russa de 1998.
A cultura brasileira tornou-se mais valorizada[carece de fontes?], com a ressureição do cinema e a boa recepção de músicos brasileiros no exterior. O esporte também passou por bons momentos, com 18 medalhas olímpicas e títulos mundiais em futebol e basquete.

[editar] Tecnologia

Os anos 90 trouxeram o desenvolvimento tecnológico mais rápido da história, tornando popular e aperfeiçoando tecnologias inventadas na década de 80.

[editar] Ciência

[editar] Guerras e política

George Bush no Iraque

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[editar] Outros

jovens dos anos80

Sem dúvida, a década de 80 foi extremamente intensa e inovadora, lançando tendências em todos os aspectos do cenário cultural. Na moda, não seria diferente. Muitos estilos foram criados nos anos 80 e alguns, são recriados atualmente. Algumas das mais famosas grifes têm feito interessantes releituras da moda dos anos 80 em suas mais recentes coleções. O atual estilo "retrô" nada mais é do que uma imitação da moda dos anos 80.

A moda dos anos 80 expressava alegria, versatilidade, diversão, ao mesmo tempo em que exibia facetas de sensualidade, ousadia e sofisticação. Uma década marcada pela presença de visuais extravagantes e pela ostentação.

O visual exagerado e poderoso dos anos 80 refletia os acontecimentos da época, como
o fenômeno "yuppie", composto por jovens workaholics profundamente empenhados na
conquista de seu primeiro milhão antes de completarem 30 anos. Suspensórios e gravatas coloridas não faltavam no guarda-roupa dos adeptos ao estilo "yuppie".

Destaca-se, também, o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, competindo por
cargos executivos e de chefia. O figurino era representado por roupas com cintura e
cós altos, ombreiras exageradas, ao lado de pregas e drapeados, usados durante o dia
ou à noite. Os tailleurs com ombreiras proporcionavam uma aparência poderosa e
alinhada. Os vestidos valorizavam a silhueta feminina, com cintura marcada, saias
balonê e mangas bufantes ou "morcego". Essa competição entre homens e mulheres por
igualdade no mercado de trabalho pode estar direta ou indiretamente relacionada ao
estilo "andrógino". David Bowie, Annie Lennox do Eurythmics, Peter Burns do Dead or Alive e Boy George do Culture Club são fortes adeptos deste estilo.

Mais de 2 décadas se passaram do surgimento do inesquecível e colorido estilo "New Wave", com peças em cores cítricas, chamativas e fosforescentes usadas em conjunto, numa mistura alegre e vibrante. Bandas como The B-52's e Devo foram pioneiras neste estilo, com seus penteados extravagantes e roupas mega coloridas.
Tecidos como o stretch proporcionavam um ar futurista às roupas, enquanto os cortes de cabelo eram assimétricos. O "look molhado" obtido com gel para cabelos, fez a cabeça de homens e mulheres, em penteados marcados por fartas permanentes e altos topetes. O gel para cabelo "New Wave", com um cartela de cores vibrantes, proporcionava jogos de tons e contrastes e era demasiadamente utilizado pelos jovens nos anos 80.
O Rei e a Rainha do Pop influenciaram fortemente a moda dos anos 80. Michael Jackson, com suas jaquetas coloridas, extravagantes e em material sintético, com uma infinidade de zíperes, e roupas que lembravam fardas militares, sempre com muito brilho e pompa.


Madonna, com muita renda, faixas de tule na cabeça, pérolas, crucifixos, ombreiras, minissaia sobre legging, meia arrastão, maquiagem pesada com olhos bem pintados e batons em cores vivas, cabelos cuidadosamente despenteados, armados, cacheados e na altura dos ombros, num visual rebelde/chique e, é claro, jaquetas jeans, sempre adornadas. O jeans teve seu ápice nos anos 80, com calças baggy e semi-baggy. Pool e Staroup são algumas das principais marcas de jeans da época.
Outra característica da época eram os óculos Ray-Ban (marca de óculos, leia-se "rrei-ben", mas que no Brasil popularmente virou simplesmente "rai-ban"). Madonna, Tom Cruise, Michael Jacskon ajudaram o Ray-Ban a virar moda no mundo, e no Brasil, foi uma das principais febres dos anos 80, fazia parte dos mais estilosos oitentistas. Nos garotos, o típico estilo New Romantic misturado ao Yuppie e com pitadas da moda: gola alta (às vezes uma simples camiseta), blaser escuro por cima, aberto e o Ray-Ban tradicional.

No Brasil, as jovens encantavam-se com os batons 24 horas, em cores vivas.
A marca de batom Boka Loka foi muito difundida e consumida, e teve seu lançamento vinculado a uma novela da Rede Globo. O famoso batom "moranguinho" também marcou aquela época.
Muitas tribos surgiram nos anos 80, cada qual com suas respectivas características.

Houve o boom da ginástica aeróbica, com sua "geração saúde", sempre com muita lycra em suas peças de vestuário, collants e as inesquecíveis polainas, que eram usadas como acessórios casuais. O uso de faixas na cabeça virou febre (Bandana). Mesmo quem não fazia aeróbica, usava a famigerada faixa para "aprimorar" o visual. Cazuza e Xuxa tinham a faixa na testa como sua marca registrada, além do Rambo.

jovens dos anos 70

No início dos anos 1970 não existia internet, DVD, nem celular. Mas os jovens eram todos modernos e avançados para a época. A vida tinha um ritmo muito diferente de hoje e eles, apesar da ousadia e até das loucuras hippies, tinham uma rotina muito estranha aos dias de hoje. Nas cidades do interior esse ritmo era muito mais lento e os dias, as semanas, os meses e os anos demoravam muito para passar. Nas ruas, os carros e caminhões eram raros. As bicicletas circulavam aqui e ali sem causar transtornos no trânsito. O comércio não era agitado e nem dava sinais de desespero com infinitas liquidações. Não havia multidões. As lojas e os bancos eram monótonos e repletos de funcionários. Os correios eram muito freqüentados e as caixas postais estavam sempre cheias de envelopes contendo alguma novidade. As cartas demoravam muito para ir e voltar. Havia também um silêncio típico das localidades distantes dos grandes centros urbanos e a ausência da infinidade de barulhos que existem hoje. Em Epitácio os dias eram longos para quem trabalhava e interminável para quem não fazia nada. Mesmo depois de ir ao colégio e fazer suas obrigações diárias, como ir ao curso de datilografia ou corte-costura, o jovem tinha muito tempo de sobra para pensar no que iria fazer nas horas vagas. O período livre, geralmente à tarde, era talvez o mais duradouro. Logo após o almoço estabelecia-se um clima de “siesta”, um sol de rachar mamona e ninguém nas ruas. As varandas e as árvores acolhiam toda essa preguiça, sem culpa, em cadeiras de fio de nylon ou em velhas redes, até que alguém tivesse uma idéia do que fazer tarde a dentro. Os canais de TV não eram muitos e a programação também não tinha muitas opções. O rádio era muito chato, não havia FMs, e já era considerado coisa do passado. Era ainda uma época em que a leitura de livros, almanaques, enciclopédias e revistas era a melhor forma de obter informações. Os telefones não tocavam como hoje e muito menos com tanta freqüência. Para fazer um contato era necessário pedir uma ligação para a funcionária que ficava de plantão no posto telefônico. Ela dizia: “Telefonista”! E a gente pedia: “288, por favor” ou então “349”, numa época em que os aparelhos de plástico colorido já estavam se popularizando. Se ninguém ligasse ou não aparecesse para bater papo a solução era colocar uma bermuda Lee com a barra desfiada, uma camiseta básica, calçar um keds e procurar alguém ou a turma. Se juntassem duas ou três pessoas, logo os outros iam chegando e formavam-se as “patotas”, como essas das fotografias. Uns estavam na avenida Presidente Vargas, provavelmente em frente ao Haiti, bar e restaurante que marcou época no final dos anos 60 e início dos 70. Seria um sábado , um domingo ou uma daquelas quartas-feiras inconseqüentes, sem nada pra fazer? Outros estavam no Figueiral, num Baile da Filarmônica ou na Epitaciana, ou então em alguma divertida excursão para uma cidade próxima. São rostos conhecidos e facilmente reconhecidos. Bom seria se pudéssemos contar a trajetória de cada um deles: quem eram, os que estavam planejando ser, que sonhos tinham em mente, o que aconteceu com cada um deles e por onde andam.
Amigos na praia formada em frete ao antigo Parque Figueiral

jovens dos anos 60

Na década de 1960, formou-se o movimento hippie nos EUA, que influenciou jovens do mundo inteiro com seus ideais de paz e amor. Protestavam contra a Guerra do Vietnã e contra o avanço imperialista americano pelo mundo. Propunham a igualdade e uma vida simples. Sua música era o rock. Os hippies foram responsáveis por vários movimentos, não só nos EUA como também em muitos outros países. Nas Universidades, os jovens faziam dos ideais hippies sua bandeira de luta para mudar o mundo. Em 1968, na França, os estudantes parisienses, influenciados por esses ideais e liderados por Dany Cohn-Bendit, iniciaram uma série de protestos contra o sistema de ensino do país, pois o achavam arcaico e conservador. Esse protesto gerou uma revolta muito grande e transformou-se em crítica à sociedade da época e à política tradicional. Os jovens bloquearam as ruas de Paris, com o apoio de suas famílias, dos trabalhadores em geral e dos intelectuais, conseguindo abalar as estruturas dominantes. Adotaram o pacifismo hippie, entregando flores aos militares designados para combatê-los. Proclamaram a liberdade sexual e criticaram o poder. Seu slogan* era "E Proibido Proibir". O bloqueio das ruas parisienses originou o que se chamou de "Barricadas do Desejo". O presidente francês, na época, Charles De Gaulle, apoiado pelos conservadores, combateu o movimento, conseguindo dissolver os protestos. Mas a crítica ao poder e ao autoritarismo persistiu, permanecendo no cenário mundial. Os estudantes proclamaram a "Imaginação no Poder", com o desenvolvimento dos meios de comunicação e a circulação de informações de forma mais livre e aberta. Como consequência, o movimento dos jovens franceses influenciou praticamente todas as partes do mundo ocidental, cujos estudantes começaram a se movimentar em torno da modificação educacional, social e política. O movimento saiu, então, do cenário francês e alcançou o cenário mundial.

anos 50 e dias atuais

 veja o que a revista veja publicou:





Elvis Presley
Seu rebolado virou ícone da geração que iniciou a liberação sexual

A expressão "o ídolo de toda uma geração" não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da "juventude transviada" dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do "sexo, drogas e rock'n'roll". Madonna, com suas canções e sua atitude, liderava a juventude "com licença, eu vou à luta", da década de 80.

E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários. O teen de hoje gosta num dia do grupo americano Hanson, em outro dos Backstreet Boys, no terceiro cobre todos eles com um retrato das inglesas Spice Girls. É infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se acostumaram a passar a adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto.
"Eu era fã de Roberto Carlos e amava os Beatles com a certeza de que seria para sempre", diz a bancária paulista Neise Soares, de 47 anos. "Minha filha não pode dizer o mesmo em relação a ninguém." A filha de Neise é a estudante Flávia Gianesella, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres com duas amigas, Nádia Yashimoto, de 17 anos, e Nataly Moura, de 16. As três já idolatraram as Spice Girls, o ator americano Leonardo DiCaprio, os Backstreet Boys e até os Guns N'Roses, do já barrigudo Axl. Elas juntam tudo. Além de pôsteres, camisetas, revistas, livros, figurinhas e até pirulitos. Quando a onda passa, guardam tudo na gaveta e começam outra coleção. Perguntada sobre quem é seu ídolo real, Flávia responde: "Gosto de reggae, black music, Whitney Houston, Rodrigo Santoro, Sandy & Junior..."


Beatles e Rolling Stones
Símbolos da juventude engajada dos anos 60. Os Beatles eram cabeludos, irônicos e provocativos. Os Stones, mais cabeludos, mais irônicos e mais provocativos
Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu, na verdade, é que mudou a relação do adolescente com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da idade. Como diz o psiquiatra paulista Jairo Bouer, a idolatria juvenil é despertada já entre os 13 e os 15 anos, com "a descarga de hormônio no sistema nervoso central". A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir turmas e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que representavam a rebeldia, não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil, quem curtia a jovem guarda não freqüentava shows dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, e vice-versa. Hoje, a identificação com turmas é muito menor que há dez ou vinte anos. Também saiu de moda o artista que representava um estilo de vida, como James Dean nos anos 50. Hoje, de seus ídolos, os adolescentes querem apenas a diversão. Colecionar figurinhas. Guardar pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo.
 
Madonna
Era a musa da geração "com licença, eu vou à luta", dos anos 80. Sua mensagem - abrir caminho na base da cotovelada - inspirou os jovens que batalhavam por um lugar na sociedade
 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

moda anos 60


Publicado na Folha de S.Paulo, em 5 de junho de 1966
Os anos 50 chegaram ao fim com uma geração de jovens, filhos do chamado "baby boom", que vivia no auge da prosperidade financeira, em um clima de euforia consumista gerada nos anos do pós-guerra nos EUA. A nova década que começava já prometia grandes mudanças no comportamento, iniciada com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, seu maior símbolo.
Publicado na Folha de S.Paulo, em 7 de fevereiro de 1965A imagem do jovem de blusão de couro, topete e jeans, em motos ou lambretas, mostrava uma rebeldia ingênua sintonizada com ídolos do cinema como James Dean e Marlon Brando. As moças bem comportadas já começavam a abandonar as saias rodadas de Dior e atacavam de calças cigarette, num prenúncio de liberdade.

Os anos 60, acima de tudo, viveram uma explosão de juventude em todos os aspectos. Era a vez dos jovens, que influenciados pelas idéias de liberdade "On the Road" [título do livro do beatnik Jack Keurouac, de 1957] da chamada geração beat, começavam a se opor à sociedade de consumo vigente. O movimento, que nos 50 vivia recluso em bares nos EUA, passou a caminhar pelas ruas nos anos 60 e influenciaria novas mudanças de comportamento jovem, como a contracultura e o pacifismo do final da década.
Nesse cenário, a transformação da moda iria ser radical. Era o fim da moda única, que passou a ter várias propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento.

Publicado na Folha de S.Paulo, em 12 de agosto de 1962Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez, tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o grande desejo da juventude da época.
Algumas personalidades de características diferentes, como as atrizes Jean Seberg, Natalie Wood, Audrey Hepburn, Anouk Aimée, modelos como Twiggy, Jean Shrimpton, Veruschka ou cantoras como Joan Baez, Marianne Faithfull e Françoise Hardy, acentuavam ainda mais os efeitos de uma nova atitude.

Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary Quant: "A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a partir de meados da década, uma grande influência da moda das ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as idéias inovadoras de Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo safári], foram atualizações das tendências que já eram usadas nas ruas de Londres ou Paris.
Publicado na Folha de S.Paulo, em 16 de março de 1969O sucesso de Quant abriu caminho para outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de la Renta, entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico [que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam] ou geométrico e o romântico.

Em 1965, na França, André Courrèges operou uma verdadeira revolução na moda, com sua coleção de roupas de linhas retas, minissaias, botas brancas e sua visão de futuro, em suas "moon girls", de roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. Enquanto isso, Saint Laurent criou vestidos tubinho inspirados nos quadros neoplasticistas de Mondrian e o italiano Pucci virou mania com suas estampas psicodélicas. Paco Rabanne, em meio às suas experimentações, usou alumínio como matéria-prima.
Os tecidos apresentavam muita variedade, tanto nas estampas quanto nas fibras, com a popularização das sintéticas no mercado, além de todas as naturais, sempre muito usadas.
As mudanças no vestuário também alcançaram a lingerie, com a generalização do uso da calcinha e da meia-calça, que dava conforto e segurança, tanto para usar a minissaia, quanto para dançar o twist e o rock.

O unissex ganhou força com os jeans e as camisas sem gola. Pela primeira vez, a mulher ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking [lançado para mulheres por Yves Saint Laurent em 1966].
Publicado na Folha de S.Paulo, em 7 de fevereiro de 1965A alta-costura cada vez mais perdia terreno e, entre 1966 e 1967, o número de maisons inscritas na Câmara Sindical dos costureiros parisienses caiu de 39 para 17. Consciente dessa realidade, Saint Laurent saiu na frente e inaugurou uma nova estrutura com as butiques de prêt-à-porter de luxo, que se multiplicariam pelo mundo também através das franquias.
Com isso, a confecção ganhava cada vez mais terreno e necessitava de criatividade para suprir o desejo por novidades. O importante passaria a ser o estilo e o costureiro passou a ser chamado de estilista.

Nessa época, Londres havia se tornado o centro das atenções, a viagem dos sonhos de qualquer jovem, a cidade da moda. Afinal, estavam lá, o grande fenômeno musical de todos os tempos, os Beatles, e as inglesinhas emancipadas, que circulavam pelas lojas excêntricas da Carnaby Street, que mais tarde foram para a famosa King's Road e o bairro de Chelsea, sempre com muita música e atitude jovens.
Nesse contexto, a modelo Jean Shrimpton era a personificação das chamadas "chelsea girls". Sua aparência era adolescente, sempre de minissaia, com seus cabelos longos com franja e olhos maquiados. Catherine Deneuve também encarnava o estilo das "chelsea girls", assim como sua irmã, a também atriz Françoise Dorléac. Por outro lado, Brigitte Bardot encarnava o estilo sexy, com cabelos compridos soltos rebeldes ou coque no alto da cabeça [muito imitado pelas mulheres].
Reprodução  
Twiggy, o rosto dos 60
 
Entretanto, os anos 60 sempre serão lembrados pelo estilo da modelo e atriz Twiggy, muito magra, com seus cabelos curtíssimos e cílios inferiores pintados com delineador.

A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel. Ela usou nomes divertidos para seus produtos, como o "Come Clean Cleanser", sempre com o logotipo de margarida, sua marca registrada.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

O estilo da "swinging London" culminou com a Biba, uma butique independente, frequentada por personalidades da época. Seu ar romântico retrô, aliado ao estilo camponês, florido e ingênuo de Laura Ashley, estavam em sintonia com o início do Publicado na Folha de S.Paulo, em 7 de fevereiro de 1965fenômeno hippie do final dos anos 60.

A moda masculina, por sua vez, foi muito influenciada, nos início da década, pelas roupas que os quatro garotos de Liverpool usavam, especialmente os paletós sem colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Também em Londres, surgiram os mods, de paletó cintado, gravatas largas e botinas. A silhueta era mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornou um clássico do guarda-roupa masculino. Muitos adotaram também a japona do pescador e até mesmo o terno de Mao.

No Brasil, a Jovem Guarda fazia sucesso na televisão e ditava moda. Wanderléa de minissaia, Roberto Carlos, de roupas coloridas e como na música, usava botinha sem meia e cabelo na testa [como os Beatles]. A palavra de ordem era "quero que vá tudo pro inferno".

Os avanços na medicina, as viagens espaciais, o Concorde que viaja em velocidade superior à do som, são exemplos de uma era de grande desenvolvimento tecnológico que transmitia uma imagem de modernidade. Essa imagem influenciou não só a moda, mas também o design e a arte que passaria a ter um aspecto mais popular e fugaz.

Reprodução  
Trabalho de Andy Warhol, símbolo da pop art  
Nesse contexto, nenhum movimento artístico causou maior impacto do que a Arte Pop. Artistas como Andy Warhol, Roy Lichetenstein e Robert Indiana usaram irreverência e ironia em seus trabalhos. Warhol usava imagens repetidas de símbolos populares da cultura norte-americana em seus quadros, como as latas de sopa Campbell, Elvis Presley e Marilyn Monroe. A Op Art [abreviatura de optical art, corrente de arte abstrata que explora fenômenos ópticos] também fez parte dessa época e estava presente em estampas de tecidos.
No ritmo de todas as mudanças dos anos 60, o cinema europeu ganhava força com a nouvelle vague do cinema francês ["Acossado", de Jean-Luc Godard, se tornaria um clássico do movimento], ao lado do neo-realismo do cinema italiano, que influenciaram o surgimento, no início da década, do cinema novo [que teve Glauber Rocha como um dos seus iniciadores] no Brasil, ao contestar as caras produções da época e destacar a importância do autor, ao contrário dos estúdios de Hollywood.
No final dos anos 60, de Londres, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), região portuária que recebia pessoas de todas as partes do mundo e também por isso, berço do movimento hippie, que pregava a paz e o amor, através do poder da flor [flower power], do negro [black power], do gay [gay power] e da liberação da mulher [women's lib]. Manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens em diversas partes do mundo.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas.
Publicado na Folha de S.Paulo, em 31 de março de 1969No Brasil, o grupo "Os Mutantes", formado por Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista, seguiam o caminho da contracultura e afastavam-se da ostentação do vestuário da jovem guarda, em busca de uma viagem psicodélica.
A moda passou a ser as roupas antes reservadas às classes operárias e camponesas, como os jeans americanos, o básico da moda de rua. Nas butiques chiques, a moda étnica estava presente nos casacos afegãos, fulares indianos, túnicas floridas e uma série de acessórios da nova moda, tudo kitsch, retrô e pop.
Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética.
No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.
Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.

jovens dos anos 70

http://www.youtube.com/watch?v=Sx2o8y8nqxI

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